Carreira Y
Uma das maiores dúvidas e perguntas frequentes que acabo recebendo é sobre carreira, ou seja, como é a carreira e trajetória de pessoas que trabalham com tecnologia? Essa pergunta é muito complexa, pois, muitas vezes vária muito do que cada pessoa ou empresa pensa e/ou estrutura. É muito comum você ter um cargo na empresa X e quando muda para a Y o mesmo cargo possuí um nome diferente, isso porque não existe algo muito padronizado e concreto no mercado.
O que comumente aparece é a tal de carreira em I, ou seja, as pessoas possuem apenas uma possibilidade de trajetória, sendo:
Repare que depois de tecnologia as pessoas já vão para a trilha de gestão. Porém, tanto em tecnologia quanto em gestão existem várias possibilidades de caminhos e passos que as pessoas podem dar em suas trajetórias, para o contexto desse artigo vamos focar na parte de tecnologia.
Algumas vezes podemos ver tais passos como números incrementais:
Ou dividido por senioridades e níveis:
Enfim, novamente aqui varia muito de empresas para empresas.
Um problema comum em tais trilhas de carreira é que pessoas com uma alta experiência que já chegaram ou estão no nível de senior acabam indo para a trilha de gestão como próximo passo. Sendo assim, podemos nos perguntar:
Será que todas as pessoas seniores querem seguir para gestão?
Aqui vem o velho “Depende!”, pode ser que algumas queiram e outras não, dessa forma, em jornadas tradicionais não estamos atendendo os perfis mais técnicos de pessoas, aquelas pessoas bastante experiente que já estão no nível de senioridade alta há um tempo. Então para essas pessoas a sua jornada acabou?
Carreira em Y
Sabendo dessa necessidade surgiu a tal famosa “Carreira em Y”, basicamente ela consiste em criar uma trilha para pessoas contribuídoras individual, ou seja, pessoas que querem dar o próximo passo na carreira sem realizar gestão, seguindo e mantendo-se como constribuidor(a) individual no contexto técnico.
Mas, nessa carreira em Y, o que vem depois de pessoas seniores?
Novamente não existe um padrão ou um consenso, cada empresa estrutura da forma que faz sentido para si e dão os nomes que adequam-se em suas funções.
Apesar de não existir um padrão, temos algo se formando e sendo padronizado, ou seja, uma trilha de carreira utilizada por várias empresas, onde algumas palavras acabam se repetindo e aparecendo mais entre tais trilhas, sendo:
Novamente essa engineering ladder (trilha de engenharia) varia muito de empresas para empresas, algumas adicionam senioridades para os níveis de Staff e Principal, outras não chegam a ter os níveis de Distinguished e Fellow e outras já saltam de Software Engineer para Senior Software Engineer.
Depende muito do ponto de maturidade e tamanho das mesmas, quanto maior a estrutura da empresa, maior será as necessidades para tais níveis.
Cada nível na jornada possuí seus conjuntos de atributos, qualidades, responsabilidades e impactos esperados. Quanto maior o nível da carreira, maiores tais requisitos serão.
Para eu não me fazer repetitivo, irei compartilhar alguns exemplos de carreira descrevendo alguns desses níveis:
- Caminhos após a senioridade de senior
- Career ladders
- Engineer ladder da Dropbox
- Engineer ladder da Gitlab
- Engineer ladder do Medium
- Progressão de carreira técnica
Algo muito importante é que existem diferentes arquétipos dentro de cada nível, exemplos:
- Tech Lead (Líder técnico): Guida abordagens e execuções de um time em particular.
- Architect (Arquiteto)“: É responsável pela direção, qualidade e abordagem dentro de uma área crítica.
- Solver (Resolvedor): Entra profundamente em problemas complexos e encontra caminhos apropriados como solução.
- Right Hand (Mão direita): Extende a atenção de um(a) executivo(a), emprestando seus escopos e autoridade para operar organizações particularmente complexas.
- …
Mais informações em: Staff archetypes.
Papeis
A Matheus e as funções de Tech Lead, Especialista, Arquiteto, Tester e QA, como ficam?
Aqui vem uma opinião particular da minha parte, para mim todas essas funções são papeis que qualquer pessoa em qualquer nível da trilha pode desempenhar. Seja de forma definitiva, temporária ou situacional.
Conclusão
Nesse post vimos o que é a tal de carreira em y e quais são os próximos passos para pessoas seniores continuarem progredindo em suas jornadas, mantendo-se na trilha técnica como contribuidor(a) individual.
Abraços, até a próxima.