Matheus Castiglioni

Utilizando Id Ou Classes No Html

Uma dúvida muito cómum para desenvolvedores front-end, é referente a utilização de ID’s ou classes em nossas tag’s HTML, vejo muitos se perguntando e postando dúvidas do tipo:

Para assunto desse post irei tentar (ou piorar rsrs) esclarecer algumas dessas perguntas.

Antes de começar, vou ressaltar que algumas respostas serão de práticas particulares, então, caso outra pessoa tenha lhe falado algo diferente é porque o modo como ela programa e escreve seus códigos de forma diferente a minha.

Existem padrões que todos (pelo menos a maioria) seguem, tais padrões definidos pela W3C, mas, além desses padrões também irei compartilhar algumas práticas e outros padrões particulares (fica a seu critério utilizá-los ou não) conforme mencionado anteriormente.

Vamos nessa?

Falando sobre os ID’s

Um ID deve ser único

Sem dúvida você já deve ter ouvido falar que um ID deve ser único na página, sabendo disso, a regra número um para sua utilização é que o mesmo não se repita. Caso você tenha mais de um ID com o mesmo valor para diferentes elementos na página, seu site não irá passar na validação da W3C, alegando que existem ID’s duplicados ou repetidos.

Usando ID para estilização

Vejo muitas pessoas perguntarem: “Posso utilizar ID’s no meu CSS?”, uma simples resposta: “Sim”.

De fato não existe nenhuma restrição quanto á isso, o seu elemento irá receber o estilo definido sem o menor problema, porém, existem alguns cuidados que você deve tomar, sendo eles:

  1. Especifidade
  2. Reaproveitamento

Especifidade

Cuidado com a espeficidade do CSS, por exemplo:

.meu-botao {
	background: red;
	color: white;
}

#meu-botao {
	background: blue;
}

No exemplo de código acima, o seletor CSS referente ao ID (#) é mais específico em relação á classes (.), portanto, caso o seu elemento tenha tanto essa classe quanto o ID, as regras em cómum definidas no seletor da classe serão sobreescritas pelo seletor do ID.

<button class="meu-botao" id="meu-botao">Botão</button>

Sabendo disso, tome cuidado, você pode ficar confuso se perguntando porque seu seletor de classe não está funcionando e pior ainda, você pode simplesmente fazer o seguinte:

.meu-botao {
	background: red !important;
	color: white;
}

Dessa maneira o problema vai ser resolvido, porém, sabemos que devemos utilizar !important em exceções ou casos raros.

Reaproveitamento

Como não podemos definir mais de um ID para diferentes elementos não poderíamos reaproveitar códigos CSS, teríamos que criar outro ID e repetir o CSS para ele, tornando a manutenção do código muito difícil, por exemplo:

<button id="meu-botao-um">Um</button>
<button id="meu-botao-dois">Dois</button>
#meu-botao-um, #meu-botao-dois {
	background: black;
	color: white;
	font-size: 1.2rem;
	padding: 2rem;
}

// ou

#meu-botao-um {
	background: black;
	color: white;
	font-size: 1.2rem;
	padding: 2rem;
}

#meu-botao-dois {
	background: black;
	color: white;
	font-size: 1.2rem;
	padding: 2rem;
}

Podemos facilmente refator os códigos para:

<button class="meu-botao">Um</button>
<button class="meu-botao">Dois</button>
.meu-botao {
	background: black;
	color: white;
	font-size: 1.2rem;
	padding: 2rem;
}

Veja que dessa maneira podemos ter quantos botões quisermos, após adicionar ou remover um botão de nosso HTML não será necessário escrever ou modificar uma linha de código CSS sequer.

Utilizando ID na URL

Uma das grandes vantagens de utilizar ID é a facilidade para navegar até aquela determinada posição da página, imagine que você tenha uma página muito grande, com vários conteúdos e seções, caso o usuário precise ir até uma determinada seção (quase no fim) será necessário rolar muitas vezes o * scroll* do mouse, tornando a usabilidade do site um tanto quanto crítica, como poderíamos resolver o problema? As tag’s links além de receber uma URL também podem receber um ID.

Em situações que seja uma URL o navegador irá redirecionar a página atual para a URL fornecida pelo link, porém, se for um ID o navegador irá procurar na própria página um elemento que tenha aquele ID, caso encontre irá rolar a página até a posição onde encontra-se o elemento (técnica chamada de hash links).

Um bom exemplo seria:

<a href="#meus-posts">Posts</a>

<section id="meus-posts">...</section>

No exemplo coloquei apenas um link e uma seção, mas, imagine que tenha várias, clicando apenas no link Posts já iríamos até a seção de post’s da página.

Para mim, essa sem dúvida é a melhor motivação para o uso de ID’s, se precisar de algo parecido com essa situação, use sem medo.

Além de navegar até determinada seção, podemos criar tabs ou abas com esse recurso.

Vinculando labels com inputs

Um bom motivo para a utilização de ID’s é para realizar o vínculo de uma label com um input, mas, como assim? Um recurso que o HTML nos permite é dizer que uma determinada label pertence á um input, dessa maneira caso o usuário clique no nome, ou seja, na label, o focus do mouse irá automáticamente para o input que ela pertence. Mas como podemos fazer isso?

<label for="nome">Nome</label>
<input id="nome">

Veja que foi definido o atributo for para a label com o mesmo valor referente ao id do input, dessa maneira estamos dizendo:

Olha navegador, a label com o conteúdo Nome está descrevendo (for) o input com ID igual á nome.

Em outras palavras precisamos apenas definir o for da label com o mesmo valor referente ao id de um input.

Sem dúvida esse é um dos melhores motivos para a utilização de ID’s.

Utilizando ID para scripts

Será que podemos utilizar os ID’s dentro de nossos JavaScript’s? Sim, não tem o menor problema, existem muitas discussões onde a performance para uma busca de ID é maior em relação a busca por classe, um ID poderia ser buscado de duas maneiras:

document.querySelector("#meu-id");

// ou

document.getElementById("meu-id");

No segundo exemplo não é necessário informar o # (seletor para ID) pois a função getElementById já sabe que deve procurar utilizando esse seletor.

Também já vi pessoas alegando que a função getElementById é mais performática em relação á querySelector mesmo que ambos estejam sendo utilizados através de ID’s.

Eu particularmente para questões de padronização gosto de buscar elementos apenas com querySelector.

Falando sobre as classes

Uma classe pode ser repetida

Ao contrário do ID uma classe pode ser definida para N elementos na página, não tem o menor problema, seu uso pode e deve ser reaproveitado.

Usando classe para estilização

Sem dúvida é a melhor prática, sempre favoreça a estilização de CSS com classes.

Utilizando classe para scripts

Assim como o ID, as classes também podem ser utilizadas em JavaScript, não existe nenhuma restrição quanto a isso.

Repare que sobre classes não existem muitas restrições ou regras.

Falando sobre ID’s e classes

Ambos podem ser utilizados em conjunto, podemos utilizar classes para o CSS e ID para o JavaScript, ou vice e versa, não existe nenhum bloqueio ou padrão falando que:

Se o elemento possuir uma classe, não deve ter ID.

Ou ao contrário, portanto, eles podem serem utilizados em conjunto.

Padrões e práticas particulares

Chegou a hora da treta (kkkk), nessa seção irei compartilhar algumas práticas e padrões que eu sigo sobe ambos.

Estilização

Quase sempre utilizo classes para estilizar, praticamente defino classes para todos os elementos que tem estilo, por exemplo:

<ul class="lista">
	<li class="lista-item"><a class="lista-link"><i class="lista-icone"></i></a></li>
</ul>

Dentro do meu CSS, simplesmente faria:

.lista {}
.lista-item {}
.lista-link {}
.lista-icone {}

Com um pré processador (por exempo o SASS) ficaria ainda melhor e simples:

.list
	&-item
	&-link
	&-icone

Porém em alguns sites ou frameworks você pode ver algo parecido com:

<ul class="lista">
	<li><a><i></i></a></li>
</ul>
.lista {}
.lista li {}
.lista a {}
.lista i {}

Esse foi apenas um exemplo, poderia ser ainda pior com mais concatenações de tag’s.

Estilização por especifidade

Um dos cuidados ao utilizar o ID que já foi falado é em relação a sua especifidade, portanto, você deve estar pensando:

Se eu precisar sobrescrever uma classe vou logo utilizar ID.

Cuidado, para resolver o mesmo problema podemos simplesmente definir uma classe depois da outra, por exemplo:

.meu-botao {
	background: white;
}
.meu-botao-roxo {
	background: purple;
}

O elemento que receber a classe meu-botao-roxo terá o background substituído de branco para roxo, isso porque ela foi declarada após a classe meu-botao, em outras palavras, classes que possuem regras em comúm serão sobreescritas pelas próximas declarações.

Scripts

Também não gosto de utilizar ID’s dentro do JavaScript, para buscar elementos na página (quando houver necessidade) eu gosto de utilizar classes com o prefixo js, por exemplo:

<button class="meu-botao js-modal"></button>

Veja que existe a classe js-modal, dessa maneira dentro do JavaScript eu busco o botão através dessa classe e crio o recurso de modal, algo parecido com:

document.querySelector(".js-modal").on("click", () => console.log("Abrindo modal"));

Dessa maneira se um dia meu botão mudar para link ou qualquer outro elemento HTML, meu JavaScript ainda continuará funcionando, pois existem classes específicas para ele.

Esse prefixo também é chamado de namespaces.

Resumindo

Particularmente utilizo ID apenas para trabalhar com hash links (técnica já comentada) e vincular label's com input's (também já comentado), do contrário sempre prefiro a utilização de classes tanto no CSS quanto no JavaScript (com prefixo).

Conclusão

Nesse post falei um pouco sobre classes e ID’s no HTML, quando utilizar, porque não utilizar e alguns cuidados á serem tomados, espero que se você tinha alguma dúvida, ela tenha sido solucionada.

Também apresentei algumas práticas e padrões que particularmente eu sigo, fica á seu critério seguir/gostar ou não.

Espero que você tenha gostado, não deixe de comentar ou assinar a newsletter para receber novidades por email.

Matheus Castiglioni

Matheus Castiglioni

Apaixonado pelo mundo dos códigos e um eterno estudante, gosto de aprender e saber um pouco de tudo, aquela curiosidade de saber como tudo funciona, tento compartilhar o máximo de conhecimentos adquiridos e ajudar todos aqueles que sou capaz.

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